Popular em bares e sucesso entre os jovens, o narguilé não é tão inofensivo quanto parece. De origem oriental, relatos indicam que na antiguidade o ‘cachimbo de água’ (também chamado de shisha) era utilizado para fins medicinais e espirituais. Em algumas culturas, é incorporado à celebrações e rituais sagrados.
Engana-se quem acha que pelo fato da fumaça aromática advir de vapores de água, torne o seu consumo algo mais natural: estudos indicam que uma sessão de 20 a 80 minutos de ‘tragadas’ é equivalente à fumaça de 100 cigarros.
Se não bastasse, o fumo libera mais de 40 substâncias tóxicas, incluindo altos níveis de monóxido de carbono – a mesma fumaça que sai de escapamentos de carros e caminhões – cuja intoxicação apresenta náuseas, dores de cabeça, tonturas e desmaios , que a longo prazo, podem acarretar problemas mais sérios.
Com o objetivo de investigar os efeitos causados pela exposição à gases e componentes tóxicos no aparelho digestivo e respiratório, alunos e professores do curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (Santa Catarina) submeteram camundongos à 30 minutos diários de fumaça de narguilé, em períodos de 7, 15 e 31 dias.
Ao final, os órgão analisados tiveram alterações consideráveis: indícios de metaplasia na traqueia – irritação no sistema respiratória comum ao uso do cigarro – e inflamações na língua e pulmões, sendo que no segundo foi apresentado um notório desequilíbrio na porção responsável pelas trocas gasosas da respiração.
A dentista Sarah Freygang Mendes Pilati, coordenadora do estudo, atenta sobre a importância de investir em pesquisas sobre os malefícios do recreativo: “Trata-se de um tema ainda pouco abordado em pesquisas científicas que, em contrapartida, gera preocupação em relação à saúde pública, principalmente pela falta de conhecimento da população sobre o impacto do uso do narguilé”.
Fonte: Revista Saúde
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